Maio é o pior mês desde 2016 para vendas de automóveis zero km

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A queda é de 10,3% na média das vendas diárias, sobre abril, mesmo com 4 dias úteis a mais

Para a FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Maio é o pior mês desde 2016 para vendas de automóveis e comerciais leves zero kmo mercado ainda não sofreu os reflexos da espera do consumidor pelos incentivos prometidos pelo Governo Federal, para acelerar as vendas de automóveis comerciais leves, e a retração pode ser atribuída à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor. “Ainda não houve tempo para sentirmos o efeito dos cancelamentos de compras de consumidores, que estão à espera da redução de impostos sobre o preço dos carros, pois o anúncio do Governo foi feito no dia 25 de maio, portanto, a poucos dias do encerramento do mês. Como há um certo intervalo entre a data da compra do carro e seu registro pela SENATRAN, devemos sentir uma maior retração nos emplacamentos apenas nos primeiros dias de junho”, revela o Presidente da FENABRAVE, Andreta Jr., para quem a celeridade do Governo, no anúncio e implantação das medidas, é a saída para a retomada das vendas.

O Presidente da Federação, que representa, por meio de 54 Associações de Marca, mais de 7.300 Concessionárias, disse que tem recebido ligações de seus filiados alegando paralisação nas vendas, por conta de o consumidor estar em “compasso de espera”, pelo projeto do Governo. “Essa é uma situação muito difícil, pois, além das metas, estabelecidas pelas montadoras, as Concessionárias têm compromisso com mais de 310 mil colaboradores diretos”, admite Andreta Jr.

De acordo com informações da FENABRAVE, a média diária de vendas, de automóveis e comerciais leves, vem caindo. Em abril, superava as 8.420 unidades, enquanto, em maio, a média diária de vendas dos segmentos ficou em 7.560 unidades, totalizando apenas 166.361 emplacamentos. “Com esse resultado, o mês de maio, excluindo o do ano de 2020, quando vivíamos o auge da pandemia e muitas Concessionárias estavam apenas com suas oficinas abertas, se tornou o pior desde 2016, para esses segmentos. Na primeira metade da década de 2010, o mês de maio chegou a registrar mais de 300 mil autos e leves emplacados. Precisamos, urgentemente, que as medidas do Governo sejam implantadas”, alerta Andreta Jr.

Segundo levantamento da entidade, maio de 2023 ocupa a 175ª colocação, em volume, no ranking histórico de emplacamentos de automóveis e comerciais leves.

Conforme nota já divulgada, a FENABRAVE, que participou das tratativas junto ao Governo, espera que o projeto expanda a base de consumo de carros zero km no país, por meio do repasse da redução tributária, que será obtida pelas montadoras, aos consumidores, além de uma possível ampliação do crédito. “Para isso, a comercialização dos veículos deve ser realizada, exclusivamente, por meio das Concessionárias de Veículos existentes no Brasil, a fim de garantir que o benefício fiscal chegue, efetivamente, ao consumidor final”, declarou Andreta Jr.

Para ele, o volume de carros que serão adicionados ao mercado, com o projeto, dependerá do tempo de vigência e do repasse dos benefícios, pelas montadoras.

Motocicletas salvam acumulado

Em números absolutos, os 4 dias úteis a mais, em maio (22 dias), favoreceram a alta de 20,3% nos emplacamentos de veículos em geral sobre abril (18 dias).

Em maio, foram emplacados 357.270 veículos automotores, considerando todos os segmentos somados. No acumulado de 2023, também houve alta de 14,8% sobre igual período do ano passado, lembrando que o primeiro semestre de 2022 registrou resultado abaixo da média histórica, em função da falta de componentes na indústria.

Segundo o Presidente da FENABRAVE, o Setor tem se apoiado nos bons números de comercialização de motocicletas: “A queda setorial, em 2023, é amenizada por conta do bom volume de motocicletas emplacadas. Esse é um segmento que vem apresentando crescimento real, tanto que está 42% acima do registrado nos cinco primeiros meses de 2019, último ano antes da pandemia. Mas, ao analisarmos automóveis e comerciais leves, a queda em relação a 2019 é de 27,1% no acumulado do ano”, reforça o Presidente da FENABRAVE.

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