O que os consumidores esperam do futuro

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A Ford divulgou seu Relatório de Tendências 2022, décima edição da pesquisa feita com consumidores de diferentes regiões do mundo para apontar como devem evoluir vários aspectos da vida nas próximas décadas. Sheryl Connelly, chefe de futurismo da Ford, comenta algumas conclusões do estudo.

“Contemplar um mundo que é radicalmente diferente de hoje pode ser desconfortável, mas também pode nos tornar melhores”, diz Connelly. “A Ford está voltada para a mudança e, conforme trabalhamos para construir um mundo melhor para as próximas gerações, buscamos entender as atitudes, aspirações e ansiedades dos cidadãos globais para poder ajudá-los a ser livres para se mover e sonhar, na próxima década e além.”

Quanto à mobilidade, há sinais de que as pessoas estão se tornando menos dependentes do carro particular. Por exemplo, 31% dos entrevistados da geração Z e da geração Y dizem que as crianças de hoje não precisarão aprender a dirigir. Uma em cada quatro pessoas dessa faixa etária diz que preferiria algum tipo de compartilhamento em vez de possuir um carro – se o custo for o mesmo.

Os consumidores reconhecem que o erro humano é o maior fator em acidentes de trânsito. Cerca de 45% se sentiriam mais seguros em um veículo autônomo e dois terços dos pais prefeririram que seus filhos andem num veículo autônomo do que com um motorista estranho. Além disso, 42% dos adultos acreditam que em seu tempo de vida os congestionamentos se tornarão mais comuns no céu, com drones e veículos voadores, do que nas ruas.

Veja abaixo outros resultados da pesquisa que abrangeu 15 países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Arábia Saudita, África do Sul, Canadá, China, Espanha, Emirados Árabes Unidos, França, Índia, Itália e México.

Como uma ‘febre baixa’  Em 2017, 66% dos entrevistados disseram estar impressionados com as mudanças no mundo. Em 2020, no auge da pandemia, surpreendentemente, esse número subiu para apenas 69%. “Acho que nos acostumamos com as mudanças e ficamos imunes ao caos ao nosso redor”, diz Connelly. “É como ter febre baixa o tempo todo.”

Mundo menos tolerante – Apesar da enxurrada de opiniões fortes e barulhentas nas redes sociais, 42% das pessoas dizem que não vão falar sobre suas crenças se acharem que os outros vão discordar – e esse número é ainda maior entre a Geração Z. Em todo o mundo, 64% dos adultos concordam que “no futuro, as pessoas serão menos tolerantes do que hoje com pontos de vista contrários.”

De volta ao normal? – No ano passado, no meio da pandemia, ao serem perguntados quando a vida voltaria ao “normal”, 8% dos entrevistados disseram “nunca”. Este ano, esse número subiu para 13%. Além disso, cerca de 12% dos entrevistados acreditam que as viagens nunca vão voltar ao normal e 11% têm a mesma opinião sobre o varejo. Em relação ao trabalho, 36% dos adultos temem o avanço da inteligência artificial.

Mudanças climáticas – Em todo o mundo, 81% dos entrevistados mostraram preocupação com as mudanças climáticas no futuro. E estão dispostas a mudar comportamentos – desde que não seja inconveniente. Ainda mais surpreendente, uma grande porcentagem de mulheres – mais de 40% no Canadá e mais de 30% na França e na Índia – dizem não querer ter filhos em um mundo cujo futuro é ameaçado pelas mudanças climáticas.

Conceitos desatualizados – Cerca de 52% dos entrevistados da Geração Z e millennials acreditam que as atribuições de gênero desaparecerão de suas vidas – e 46% dizem que o casamento se tornará um conceito desatualizado em 2035. Desses jovens, 27% dizem não querer ter filhos e 61% simplesmente não estão interessados ​​em ser pais.

O papel das marcas – Segundo Sheril Connelly, as marcas podem ser um farol na tempestade, mostrando seus valores e propósito para os consumidores. “Os valores da marca serão cada vez mais importantes em termos de quem quer trabalhar para você, comprar de você, fazer parte da sua rede de fornecedores. Eles precisam saber onde você está. Por décadas, as pessoas pensaram que era seguro ficar à margem dos debates políticos, religiosos ou sociais controversos. Mas, hoje, as pessoas querem saber seus valores.”

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